Ainda em Bananal, fui atrás de um pouco mais de história, na Fazenda dos Coqueiros de 1855. Aquela, que tem um poço de tortura de escravos que comentei em “...pelas trilhas da história”.
Realmente, essa fazenda é a mais sinistra, ainda mais depois de ouvir as lendas e histórias da Dona Beth. A que mais me intriga é a da escrava enterrada:
“Conta-se que na cozinha da fazenda tem uma escrava enterrada.
A história foi passada por uma descendente dessa escrava que ainda é viva e mora nos arredores da fazenda. Essa escrava estava grávida, teve uma hemorragia e veio a falecer. Como era um dia de festa a baronesa mandou enterrá-la na cozinha de terra batida, para ela saber que o lugar dela era na cozinha e para os outros escravos saberem que não podiam morrer em dia de festa.”
A fazenda é bem original, nos salões encontramos os vestígios do passado com objetos de época e peças autênticas encontradas enterradas nos arredores da fazenda, incluindo objetos de tortura que foram usados nos escravos. Os cômodos são grandes e frios, o assoalho de madeira é original e tem algumas frestas que da pra ver a senzala, que por sinal tem uma historia muito interessante, ela tem apenas 1 metro de altura e tem o chão batido, a explicação para isso é bem simples. Como a fazenda é fria o pequeno espaço da senzala era só para os escravos deitarem e dormir, impossibilitando-os de andarem e assim não aquecia os quartos.
E por falar em quarto, Dona Beth me contou que uma das mulheres que morava na fazenda era esquizofrênica e por isso ela passou a vida toda trancada em um quarto e quando eu dormi na fazenda me colocaram no quarto ao lado, quase morri de medo. E para ir ao banheiro, eu tive que atravessar a casa toda, acho que é por isso que as pessoas usavam pinico.
Mas de medo em medo, de história em história, a visita vale a pena.