segunda-feira, 26 de março de 2012

...é muita janela.

Andar pelas ruas de Bananal, nos dias de hoje, é como viajar ao passado da história. È só imaginar quem estava debruçado em uma das janelas dos casarões, quase ser atropelado por uma carruagem de senhorinhas, entrar na fila pra pegar água no chafariz, ser empurrado por um cidadão que corria pra não perder o trem, ou mesmo ter que abrir caminho para mais uma tropa cargueira que se dirigia para o Rio de Janeiro. Bananal ainda respira com saudades desse tempo em que centenas de pessoas transitavam por ali, passeando, negociando e politicando.

Vários prédios desse tempo áureo ainda estão de pé, muitos deles em restauração. Como o Solar Comendador Aguiar Valim, construído em 1855, recebeu durante muito tempo autoridades e artistas que passavam pela região. Só pra vocês terem uma noção do tamanho desse prédio, ele tem 18 portas e 18 janelas, só de frente.

Nele tem obras do pintor José Maria Villaronga. O famoso pintor também tem obras nas Fazendas Rialto, Resgate e no Teatro Santa Cecília. Trabalhou como construtor na Igreja Matriz. A parte interna desta Igreja esta sendo restaurada, pois as obras desse pintor foi encoberta por outras pinturas. Villaronga era catalão e naturalizou-se brasileiro em 1868, trabalhando em várias cidades.

Hoje o centro de informações ao turista fica no Solar Aguiar Valim, é só falar com Reinaldo, mais conhecido como Zé Pequeno. Eu já peguei minhas informações e fui atrás de mais histórias. Aguardem.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Lugar de novelas

Passando pela Rodovia dos Tropeiros, depois de Bananal, me deparei com uma fazenda que não me era estranha. De longe tive a impressão que já conhecia de algum lugar.

Decidi entrar e desvendar esse mistério, descobrindo que ali é a Fazenda Boa Vista. Andando pelos corredores e cômodos, me deparei com um cenário de novela.

É verdade, algumas novelas de época da rede Globo foram gravadas lá. Como Sinhá Moça e Cabocla e a minissérie Um só coração. Eu sabia que já tinha visto essa Fazendona histórica do século XIX, em algum lugar. Foi na TV. Rsrsrsrs

Fique atento, pois o fusquinha não sossega e continua viajando, descobrindo e registrando. Até mais

segunda-feira, 12 de março de 2012

Lendas da Fazenda dos Coqueiros




Ainda em Bananal, fui atrás de um pouco mais de história, na Fazenda dos Coqueiros de 1855. Aquela, que tem um poço de tortura de escravos que comentei em “...pelas trilhas da história”.

Realmente, essa fazenda é a mais sinistra, ainda mais depois de ouvir as lendas e histórias da Dona Beth. A que mais me intriga é a da escrava enterrada:

“Conta-se que na cozinha da fazenda tem uma escrava enterrada.

A história foi passada por uma descendente dessa escrava que ainda é viva e mora nos arredores da fazenda. Essa escrava estava grávida, teve uma hemorragia e veio a falecer. Como era um dia de festa a baronesa mandou enterrá-la na cozinha de terra batida, para ela saber que o lugar dela era na cozinha e para os outros escravos saberem que não podiam morrer em dia de festa.”

A fazenda é bem original, nos salões encontramos os vestígios do passado com objetos de época e peças autênticas encontradas enterradas nos arredores da fazenda, incluindo objetos de tortura que foram usados nos escravos. Os cômodos são grandes e frios, o assoalho de madeira é original e tem algumas frestas que da pra ver a senzala, que por sinal tem uma historia muito interessante, ela tem apenas 1 metro de altura e tem o chão batido, a explicação para isso é bem simples. Como a fazenda é fria o pequeno espaço da senzala era só para os escravos deitarem e dormir, impossibilitando-os de andarem e assim não aquecia os quartos.

E por falar em quarto, Dona Beth me contou que uma das mulheres que morava na fazenda era esquizofrênica e por isso ela passou a vida toda trancada em um quarto e quando eu dormi na fazenda me colocaram no quarto ao lado, quase morri de medo. E para ir ao banheiro, eu tive que atravessar a casa toda, acho que é por isso que as pessoas usavam pinico.

Mas de medo em medo, de história em história, a visita vale a pena.

segunda-feira, 5 de março de 2012

NO PRESENTE, DE VOLTA AO PASSADO.

Com o super fusca-móvel 4x4, subimos há quase 2.000 mil metros de altitude. Fui parar na Estação Ecológica de Bananal, bem no topo da Serra da Bocaina. Ouvi falar que no meio da mata ainda existe a Trilha do Ouro que na realidade é a Estrada do Ariró, construída à mão de escravos por volta de 1830, para transportar o café até Angra dos Reis, onde ainda existe um bairro com o nome de Ariró.


Fiquei impressionada quando vi aquela estrada estreita, toda de pedra. Logo imaginei as duzentas mulas carregadas de café, o barulho dos cincerros, os tropeiros... Até me arrepiou.

E depois de “reviver” o passado, voltei à realidade e seguimos em frente. Fui até as instalações da estação ecológica, chegando lá fomos recepcionados pelo Beto diretor da Estação e ele me apresentou a sua cobra, uma simples Urutu. No qual eu fiquei morrendo de vontade pegar, porém a coragem não foi suficiente. E conversa vai conversa vem, reparei num bicho meio estranho, meio fora do normal, quando puxei o matinho dei de cara com um besouro-gigante, era gigante mesmo. Olha só a foto.


Depois fui pro computador, onde o circuito fechado da Estação fotografa os animais que por ali passam. O Beto me mostrou catetos, onças, veados, paca e muitas aves. Dava pra ficar o dia todo vendo as centenas de fotos de animais, mas....

E depois desse contato direto com esses animais fora do comum no meu dia-a-dia, fui conhecer a cachoeira Sete Quedas. Com sete saltos, formam uma cachoeira de 350 metros, mas vi só a última queda. Um verdadeiro paraíso.