terça-feira, 17 de setembro de 2013

O peixe da santa pode ser o surubim



O culinarista João Rural e o biólogo Danilo Caneppelli, uniram seus conhecimentos e pesquisas em cima de uma nova visão sobre os peixes servidos a comitiva do Conde de Assumar no dia do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida.
O culinarista é taxativo em afirmar que "só pode ter sido essa espécie de peixe, que era o mais abundante e maior nas águas do rio, naquela época.”
A análise foi publicada no recente livro "No Fundo do Tacho", de João Rural, onde ele coloca ainda mais assuntos sobre a formação da comida caipira no Vale do Paraíba, no princípio do Brasil português;
O ESTUDO
O atual lendário Rio Paraíba do Sul viveu centenas de anos com outro nome. Foi só os invasores chegarem e a cobiça indígena se instalou na região. Tribos se guerrearam e aniquilaram os naturais da região do Vale do Paraíba. Silvícolas chamavam esse rio de o Rio do Sorobis, devido ao peixe que aqui tinha em profusão: o Sorobis, hoje conhecido como Surubim do Paraíba e que está em extinção.
O rio era assim chamado devido a esse peixe ser o maior do lugar, chegando a pesar até 15 quilos, e, sendo peixe de couro, era mais fácil comer assado na trempe, além de render muito mais.
Em 1601, o naturalista Guilherme Glimmer, em sua passagem pelo Vale do Paraíba, mencionou que o rio se chamava Sorobis, devido ao peixe existente em suas águas.
Nos últimos dez anos, pesquisadores da CESP, Centrais Elétricas de São Paulo, vêm pesquisando o peixe na Estação de Piscicultura de Paraibuna. O objetivo é reproduzir a espécie para soltura nos rios Paraíba do Sul, Paraibuna e Paraitinga.
O que o surubim teve a ver com Nossa Senhora Aparecida?
Em meados de 1717, Dom Pedro Miguel de Almeida Portugal, futuro Conde de Assumar e governador das províncias de São Paulo e Minas Gerais, fez uma viagem de Lisboa à Vila de Nossa Senhora do Carmo (atual Mariana). No caminho, estava a Vila de Guaratinguetá, que depois foi fatiada em várias cidades, entre elas Aparecida do Norte.
Pois bem, quando chegou a notícia, para os lados de Aparecida, de que o Conde de Assumar passaria ali, três pescadores – Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves – foram convocados a sair em busca de peixes no Rio Paraíba para um banquete que seria oferecido ao conde.
Passaram horas e horas pescando, mas peixe que é bom não aparecia. Até que João Alves lançou a rede e pescou a imagem de Nossa Senhora da Conceição... Sem sua cabeça. Jogou novamente a rede no rio e apanhou a parte que faltava da santa. A partir de então, como um milagre, quase que não tinha mais lugar na rede para a quantidade de peixes que se enroscava nela.
Ao conde foi oferecido, enfim, um banquete. O peixe? Ah, sim, reza a lenda que o peixe era o surubim. A santa? Em 1929, Nossa Senhora Aparecida foi proclamada “Padroeira do Brasil” por determinação do Papa Pio XI.
A viagem do Conde de Assumar foi registrada em um diário, publicado no livro Um Comerciante do Século XVIII, de Maria José Tavora e Rubem Queiroz Cobra.
 “(...) Tivemos a fortuna de tirar um pouco de peixe, que comemos cozido com água, sem azeite nem vinagre, porque não havia” – numa praia, nas imediações de Guaratinguetá.
O PEIXE
Segundo o biólogo Danilo Caneppelli, da CESP, o denominado cientificamente Steindachneridion parahybae é um bagre que pertence à ordem dos Siluriformes, família Pimelodidae. Tem corpo achatado, com o dorso escuro marcado por manchas pequenas e alongadas, seus olhos são pequenos devido à predominância de atividade noturna e sua percepção do ambiente é auxiliada pela presença de barbilhões Endêmico da bacia do rio Paraíba do Sul e com biologia pouco conhecida, sua ocorrência natural é descrita normalmente associada a poções não muito profundos e a áreas intermediárias como os remansos do domínio das ilhas fluviais e os encontros de rios, porém, recentes capturas foram realizadas em meio à corredeiras, remansos profundos acima de cachoeiras e no período noturno em regiões mais rasas do rio, provavelmente quando saem em busca de alimento.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Dia 23 de junho, foi dia de cumê divagarinho, em Paraibuna.



João Rural, do Instituto Chão Caipira, recebeu excursão do Sesc São josé dos Campos, pra um almoço típico. O encontro foi em volta do fogão à lenha , no Rancho da Fartura, do Messias Rodolfo, onde 50 pessoas passaram o dia, fazendo e saboreando delícias caipiras. No cardápio bolinho de polvilho, torresmo, polenta doce, feijão com mandioca, frango com mangarito, carne com pinhão, arroz com urucum, arroz com suã, costelinha ao molho de cambuci, e o tradicional fogado, feito como antigamente. A cozinha foi comandada também pela Dona Lourdes, o Messias Rodolfo e as novas cozinheiras caipiras, Maryhellen e a Rahyza, que estreou seu lado panela, pilotando o fogão à lenha.

No final teve abóbora madura com melado e mandioca com ledao, além de todos levarem uma espiga de milho e uma rapadurinha do Jotinha. E, lógico, teve muita conversa EM VOLTA do fogão, troca de receitas, que é a proposta do projeto Cumê Divagarinho.

O instituto Chão Caipira vai continuar a realizar esse tipo de encontro e se você gostar da boa comida, cumê divagarinho e uma boa prosa, entre em contato para se cadastrar como futuro comedô divagarinho.


Raíssa João Rural e Mary 

Raíssa João Rural e Mary 

João explica Os matos 

servindo no fogão a lenha 

Parece que não foi "divagarinho" 


Sucesso da Abobora com melado

segunda-feira, 17 de junho de 2013

BOLINHO CAIPIRA TEM MÃE


Pois é, em tempo de festa junina, nada melhor do que falar de bolinho caipira. Falar, fazer e comer.
E não é que o João Rural pesquisou e chegou a conclusão de que o bolinho caipira é filho da moqueca indígena!
A moqueca saiu do caetê e virou os bolinhos de hoje.
Veja lá no Cumê Divagarinho, a história completa e as receitas ...

http://picuadeprosa.blogspot.com.br/2013/06/o-bolinho-caipira-tem-mae.html





segunda-feira, 10 de junho de 2013


Essa semana tá cheia de novidade gente!

Teve lançamento do livro "Memórias de Parahybuna - José Déia", produzido pelo Instituto Chão Caipira. O livro está disponível no site da TV Chão Caipira/paraibunachaocaipira e a versão impressa pode ser adquirida na Fundação Cultural de Paraibuna. Veja fotos do lançamento









http://www.tvchaocaipira.com.br/paraibuna/informacao.html

E, aproveite para passar por lá, garantir seu livro e dar uma olhada na exposição com 70 fotos de festas de nossa cidade, todas tiradas pelo João Rural. Não vai perder, hein.

E não é só foto não! Tem os vídeos também. Cutuque abaixo para assistir e relembrar os bons tempos.

http://www.tvchaocaipira.com.br/videos/feicaopbuna/feicaopbuna.html



Fica também o convite para a festa de aniversário de Paraibuna, que completa nesse dia 13 de Junho seus 347 anos! E junto a Festa de Santo Antonio e a Feitur. Com direito a comida caipira, música de qualidade, artesanato e muita tradição.

segunda-feira, 29 de abril de 2013


Gente, estou aqui nessa semana para mostrar as novidades da TV Chão Caipira!

Essa semana tem vídeo do Zé Garoto e Timboré tocando uma moda de viola deliciosa num vídeo de 1996, cutuca lá pra ver.

Tem também a receita do frango frito inteiro, que é bem fácil de ser feita, além de ser muito saborosa.

E no “Curtura Regioná” tem um vídeo incrível de mais de 15 anos mostrando o trabalho do Zeca do Canivete, um senhor de Arapeí que faz miniaturas carros de bambu e que aprendeu a fazer suas obras de arte com os pais. Em suas mãos, ganham formas os Impalas, camionetes, trens, ônibus e vários outros veículos antigos.

Ah!
E no picuá do João Rural, tem a foto de uma maquininha pra descascar pinhão, aquela coisa chata que a gente sempre reclamou a vida inteira.




segunda-feira, 22 de abril de 2013

Ola pessoal!

Tem novidades na tv chão caipira.

Tem pinhão em cunha, com uma receita deliciosa de carne com pinhão!

Tem a Dona DIDI de são luiz do paraitinga

Cutuquem aqui e vejam!  http://tvchaocaipira.com/


quinta-feira, 18 de abril de 2013




Gente, a noite de autógrafos com o João Rural na Fundação Cultural de Paraibuna foi um sucesso, varias pessoas apareceram para ver o melhor da culinária caipira.


E em São José dos Campos não foi diferente, muita gente foi lá para conferir os lançamentos.


E no próximo dia 28, também estaremos em Quiririm para repetir o sucesso.


Vejam as fotos!

















E não deixem de cutucar a TV Chão Caipira para ver os Farinheiros de Natividade!

http://tvchaocaipira.com/videos/curturaregiona/curturaregiona.html


Tem também a dupla Thelmo e Douglas de Paraibuna cantando “Menino da Porteira”

http://tvchaocaipira.com/videos/violacantado/violacantado.html




Além da receita da broa tem também a Festa da Broa que acontece em Silveiras nos dias 17 a 19 de Maio. http://tvchaocaipira.com/videos/fogaojr/fogaojr.html

segunda-feira, 1 de abril de 2013

João Rural lança novo livro



Capa do livro

A busca pela autenticidade da formação da comida caipira durante pelo menos trinta anos, levou o

 culinarista João Rural, de Paraibuna, Vale do Paraíba paulista e produzir mais um livro sobre o tema. "No Fundo do Tacho" , com 240 páginas mostra em belas fotos, receitas e entrevistas um pouco do que ainda resta na culinária regional do Vale do Paraíba. Em alguns casos João conseguiu quebrar tabus sobre usos e costumes e pratos regionais. É o caso da folha de bananeira tão falada e usada na atualidade pra assar peixes e carnes. "Na realidade eram as folhas de caetê e helicônia", afirma ele, argumentando principalmente que no Brasil não havia bananeira, além de outras colocações.  
O livro revela também que o famoso bolinho caipira tradicional do Vale,  veio da moqueca caipira, tão usada no passado. "No frigir dos ovos", como afirma João, o livro revela que o Vale do Paraíba foi realmente o berço da formação dos pratos tradicionais paulista e mineiro, devido aos primeiros caminhos, bandeiras e tropeiros que por alí passaram desde o descobrimento.  
O livro inova também nas fotos, onde o autor procurou fotografar a comida caipira na própria panela. " Fugi da mesmice de pratos arrumadinhos, que estamos acostumados a ver em revistas e cadernos especializados em culinária", ressalta João, alegando que a idéia é mostrar a comida caipira, como o caipira faz e serve no seu dia a dia.   



João Rural e seu livro


Frango inteiro 


Rapadura

Içá


segunda-feira, 18 de março de 2013

Relembrando Seu Nilson



As serestas em nossa pequena cidade retornaram em 1978, com a chegada de Nilson Florêncio, vindo de São Sebastião. As primeiras apresentações aconteciam nas ruas, e depois de um tempo, passaram a ser na Fundação Cultural da cidade, onde ocorrem até hoje, todo mês, com o nome de “Serenata da Lua”.


Infelizmente, seu Nilson não esta mais entre nós há quase um ano.


Em sua homenagem, decidi postar um vídeo dele cantando duas canções, sendo que uma delas era de autoria própria.
E não podemos esquecer que no dia 22 de março é o dia mundial da água, e aqui no Paiol do João Rural, eu encontrei várias fotos de rios e cachoeiras! Cutuque para ver.

segunda-feira, 11 de março de 2013

É hora de festa!


A nossa cidade sempre foi famosa pelas “festanças”. O que pouca gente sabe é que durante um tempo, Paraibuna quase perdeu esse costume. Nessa mesma época, o João Rural entrou na Comissão Municipal de Turismo e, junto com outros membros, apoiou a volta das deliciosas festas religiosas, mas essa história você encontra no blog dele (link abaixo).

Enfim, o João fez questão de registrar todos esses momentos de alegria do povo com fotografias e gravações lindas que eu acabei de encontrar aqui no Paiol!!



1976- festa do bairro do bragança

1976-capela do espírito santo

1976- procissão do divino

1977-festa no bairro do campo redondo

1977- festa do divino 

1977-festa do divino

1978-festa são joão (compadre)

1979-festa no bairro do cedro 

1978- festa do divino

1982- festa do divino

1982- festa do senhor bom jesus - caracol

1980- festa do divino 

2003- altar n. senhora do remédio 

2005- moçambiqueiros

segunda-feira, 4 de março de 2013

A religião com Arte.



Aproveitando que tá todo mundo em clima de quaresma, decidi procurar coisas sobre a época, e descobri sobre uma tradição da cidade que já acontece há 33 anos!
É a Via Sacra, que acontece todo ano aqui em Paraibuna, e ninguém melhor que o João Rural pra registrar a devoção do povo daqui. A primeira apresentação foi em 1980, com o grupo de jovens do time de Juvenis da AEP. Eles saíram do Morro do Cruzeiro e seguiram o mesmo trajeto de outra procissão, chegando assim à Igreja Matriz.
Atualmente, o percurso já mudou, porém o final ocorre sempre no mesmo lugar. Os atores são pessoas simples da Igreja, que se reúnem e ensaiam, revezando sempre os personagens.
Dá uma olhada pra ver como era na época.

Aproveite e assista esse vídeo de uma dupla de pai e filha lá de Cunha, o Diu e a Benina.

Tem também um vídeo de um tropeiro fazendo fubá num moinho de 200 anos.

E pra finalizar, a Festa de São Longuinho em Guararema.