Em busca do saci perdido
Na estrada que liga Caçapava a Monteiro Lobato, mais conhecida por Estrada do Livro, fui conhecer o saci, seguindo direto para a Fazenda de Monteiro Lobato. Mas no meio do caminho um barulho muito forte de água me chamou a atenção. Parei o fusquinha e fui ver de onde vinha tanta água. Descobri uma cachoeira no meio da mata. Se eu não estivesse ansiosa para conhecer o saci, ate tomaria um banho, porque o calor tava brabo. Mas eu tinha que continuar.
E fomos nós naquela estrada estreita e vazia, até a fazenda. Cheguei lá descobri o verdadeiro Sítio do Pica-Pau-Amarelo, fiquei tão admirada que “quase” não reparei na mesa cheia de doce. Quase!
Dei de cara com o monitor da fazenda. Quando ele ofereceu um docinho não pude resistir. E conversa vai conversa vem, o monitor me contou que o famoso reino das Águas Claras ficava logo ali nos fundos do Sítio e é claro que fui até lá. Fiquei admirada, mas antes que a Mãe d’Água aparecesse, piquei o pé dali.
Quando voltei o monitor foi nos apresentando a fazenda, que tem a cama de Monteiro Lobato, a mesa que ele escrevia suas histórias, a cadeira que ele sentava para descansar olhando a Serra da Mantiqueira, pela janela do seu quarto. Até que chegou no último e mais esperado cômodo daquela imensa fazenda, o quartinho onde Monteiro Lobato deixou o saci preso, e eu na minha ansiedade de conhecê-lo, sem querer sortei o danado.
E o saci fugiu. E eu fui atrás dele e a Dona Maria Lucia que é a dona da fazenda foi atrás de mim. Se por acaso alguém ver por ai um rapazinho moreninho, pulando de uma perna só, com um gorro vermelho e fumando um cachimbo. Por favor, devolve-lo lá no Sítio do Pica-Pau-Amarelo, ta todo mundo procurando o danado, inclusive eu.
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